25 de mai. de 2009

Storyboard da "Brincadeira: a videodança."

Storyboard desenvolvido para organizar as idéias que as meninas trouxeram para a nossa videodança.


O que é videodança?

Videodança é a dança do ver, a dança do olhar. É uma linguagem artística contemporânea, que surge como um ponto de confluência entre a dança, a arte de mover-se e a arte de produzir imagens técnicas em movimento, tais como o cinema, o vídeo e as artes digitais. É um caminho artístico cuja questão principal é descontextualizar ou recontextualizar o corpo, as imagens, o tempo, o espaço e o movimento num sentido mais amplo.

Proposta Metodológica: Videodançar

A proposta da oficina Videodançar partiu de dois motivos principais: as perspectivas desta nova linguagem e o seu potencial educativo e criativo.

A linguagem da Videodança está em crescente expansão e dialoga diretamente com a atualidade proposta pelos avanços tecnológicos em relação à imagem. E a velocidade que as informações transitam e que perpassam por todos, informações, sobretudo imagéticas.

É neste lugar que a vejo com um potencial educativo enorme. A videodança volta o olhar para o próprio corpo e eu acredito que é importante ter esta noção desde cedo. É uma linguagem artística que tem como premissa instrumentalizar o olhar através da aproximação com os aparatos do nosso tempo, como câmeras digitais, computadores, televisores, para que o indivíduo produza seu próprio texto, seu discurso, se posicione e transforme seu contexto da maneira que o convier.

No Espaço Cultural Comunitário da Fundação Pierre Verger, eu encontrei uma situação ideal para por em prática estas idéias. Infra-estrutura e abertura ao que traz novidade.

Os participantes da oficina são freqüentadores regulares do espaço e foram escolhidos pela faixa etária dos 10 aos 14 anos de idade. Uma fase em que o senso crítico está em formação e o contato com os aparatos tecnológicos, ainda é pouco embora a curiosidade seja grande.

No intuito de respeitar os saberes dos educandos parti do que fazia parte de suas realidades, dos seus gostos pessoais, estudando primeiro a confluência entre o corpo que dança e a imagem técnica em movimento na linguagem do Videoclipe. Em seguida estudamos o Registro de Dança e ao fim a Videodança. Assistimos muitos trabalhos destas diferentes vertentes e conversamos muito.

Brincadeira, a videodança.

Quando chegamos finalmente à videodança, felizmente as meninas já estavam bem familiarizadas tanto com a proposta quanto com noções básicas tanto no que diz respeito à dança quanto à imagem técnica e seus aparatos.

Percebiam o espaço recortado do enquadramento da câmera, investigam possibilidades, pensavam diferentes velocidades para o movimento considerando as possibilidades de manipulação da imagem.

Então decidiram o tema: a Brincadeira. Começamos um processo investigativo para perceber nossas possibilidades, optou-se pelo espaço externo a sala de aula, decidiram-se brincadeiras específicas como estímulo criativo e estudaram a fotografia da câmera. Coube a mim orientar, sugerir diante das escolhas que elas faziam. O que resultou numa concepção de obra coletiva onde cada um trouxe uma contribuição pontual, mesmo aqueles que infelizmente não puderam participar de todo o processo.

Acredito que experiências como esta só têm a fortalecer a Videodança, uma linguagem artística versátil e autônoma.